Data celebra o compromisso global com a preservação do continente gelado e destaca o protagonismo brasileiro na pesquisa científica
No Dia da Antártica, celebrado neste 1º de dezembro, o Brasil se destaca com sua participação na maior missão científica já realizada no continente gelado. Liderada pelo Centro Polar e Climático (CPC) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a Expedição de Circum-navegação Costeira Antártica (ICCE) reúne 61 cientistas de sete países a bordo do quebra-gelo russo Akademik Tryoshnikov. O objetivo é estudar os impactos das mudanças climáticas, a biodiversidade e os ecossistemas únicos da região, essenciais para o equilíbrio ambiental global.
O Dia da Antártica, foi instituído para marcar a assinatura do Tratado da Antártica em 1959. É um lembrete da importância da cooperação internacional para a preservação de um continente livre de disputas territoriais e dedicado à ciência. O tratado, complementado pelo Protocolo de Madri em 1991, transformou a Antártica em uma reserva natural protegida, onde a exploração mineral é proibida e as normas ambientais são rigorosas. O Brasil, desde 1983, é membro consultivo do Tratado e participa ativamente da pesquisa científica na região. Por meio do Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR) , o país contribui com estudos essenciais sobre o clima global, biodiversidade e mudanças ambientais, consolidando seu papel de destaque na ciência polar.
Durante a expedição (ICCE), os cientistas investigam como o derretimento das geleiras afeta os níveis do mar e analisam a biodiversidade adaptada às condições extremas da região. Com cerca de 70% da água doce do planeta armazenada nas calotas polares, o continente é um termômetro sensível das mudanças climáticas globais. Proteger a Antártica é essencial não só para o futuro do planeta, mas para as gerações futuras que serão diretamente impactadas pelo aumento do nível do mar e pelas alterações nos padrões climáticos.
A missão também reforça o protagonismo do Brasil na ciência polar, consolidando sua posição em um momento crítico para o planeta. Ao divulgar as descobertas, o Centro Polar e Climático da UFRGS destaca a necessidade de ações globais urgentes para mitigar os impactos das mudanças climáticas, incentivando a cooperação científica e diplomática.
O Dia da Antártica vai além da celebração: é um chamado à ação. A preservação do continente gelado simboliza o compromisso da humanidade com a sustentabilidade e com a posteridade. Enquanto os cientistas seguem desvendando os segredos do sul polar, o tratado e o protocolo permanecem como exemplos de diplomacia eficaz em prol da ciência e da paz. O Brasil, com seu compromisso contínuo com a pesquisa e a preservação, reafirma a importância de sua participação ativa na Antártica.
Que as lições da Antártica inspirem mais iniciativas globais em defesa do planeta, reafirmando o valor da colaboração e da responsabilidade compartilhada.
Por Thayse Uchôa
Assessoria do Centro Polar e Climático
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